A Fonoaudiologia ou Terapia da fala é uma profissão da área da saúde que lida com os distúrbios e com a melhoria da comunicação humana. O fonoaudiólogo ou terapeuta da fala é, portanto, um profissional habilitado que trabalha com a linguagem, a voz, a audiologia e a motricidade orofacial.
Desta forma, sendo um profissional que conhece tecnicamente a comunicação humana, no âmbito verbal e não verbal, está habilitado a trabalhar com profissionais da voz e da comunicação, isto é, grupos que dependem da sua voz como instrumento de trabalho.
A comunicação humana é composta de vários elementos: a linguagem (falada e escrita), a voz e o corpo. Pesquisas apontam que o corpo comunica em mais de 50% (face, gestos, postura); a voz, mais de 30% e, por último, o que efetivamente dizemos (conteúdo), o que corresponde a menos de 10%.
O que define uma pessoa simpática? O que a faz ser simpática ou magnética? Da mesma forma, o que faz um vendedor, do mesmo produto ou serviço, vender mais do que o outro? O que há de diferente entre um professor que é adorado pelos alunos e outro de quem ninguém gosta? E entre os cantores: porque é que uns fazem mais sucesso do que outros? Ou os atores? Será que é o poder de expressão? Mas o que é isso, e o que implica, comunicar melhor?
A comunicação pressupõe que haja quem fale (emissor), conteúdo (mensagem) e quem ouça (receptor). A eficácia da comunicação depende da forma como a mensagem é veiculada. Essa é a característica que nos torna únicos: através dela revelamos a nossa personalidade, pensamentos, sentimentos e emoções.
Uma mesma mensagem pode ser mais ou menos sedutora conforme o desempenho de quem a diz. Esta performance não se faz apenas através da voz, mas resulta de uma conjugação de fatores. Expressar-se adequadamente é utilizar de forma precisa a voz e os recursos verbais como: pausa, ênfases, variações melódicas, velocidade e ritmo de fala, entre outros. Não menos importante, é saber utilizar os recursos não verbais: gestos, expressões faciais e corporais, de forma coerente com o que se diz.
O dom de comunicar pode ser inato, no entanto todos temos a capacidade de melhorar a nossa forma de expressão. Quantas vezes não entendem o que dizemos ou temos medo de falar em público? Problemas como estes podem ser ultrapassados ou minimizados. É para o ajudar nesta e noutras questões que criamos a +expressão. Este trabalho pode, e deve, ser desenvolvido por um profissional na área – fonoaudiólogo ou terapeuta da fala – especializado nessas questões.
Comunicar melhor, significa relacionar-se melhor em todos os campos: profissional, social e afetivo. E isso pode ser um diferencial numa entrevista de trabalho, numa reunião ou num encontro.
A nossa forma de comunicar é o resultado da conjugação de inúmeras variáveis. Pertencemos a uma sociedade e, antes disso, estamos inseridos em determinados contextos culturais e sócio económicos. Aliado a tudo isto, e não menos importante e, porque não dizer condicionante, temos a nossa própria identidade. Temos os nossos medos e caraterísticas, como a timidez ou a extroversão que nos tornam singulares.
Num mundo globalizado e altamente competitivo a chave do sucesso é saber comunicar adequadamente.
A comunicação envolve o processo de expressão e compreensão da comunicação verbal (falada e escrita) e não verbal (face, gestos e corpo). Qualquer objeção nesse sentido prejudica a sua efetividade. Essas dificuldades podem ser de várias naturezas desde as alterações estruturais e funcionais (de caráter orgánico), às influências do âmbito psicológico. É claro que não devemos esquecer as questões relacionadas à falta de estímulo nos ambientes a que estamos expostos, como por exemplo a família, escola, entre outros.
Quando há uma barreira nesse processo, o que devemos fazer? A quem recorrer?
Na verdade, existe um profissional habilitado, o fonoaudiólogo ou terapeuta da fala, que lida com as perturbações e com a melhoria da comunicação e assim ajuda-nos a superar essas barreiras.
E, por falar nisso, o que pensa sobre a sua comunicação?
A voz é o instrumento principal que utilizamos para comunicarmos. Através dela transparece a nossa personalidade, identidade, estado emocional e físico. Não descuramos, no processo de transmissão de mensagens, a importância da linguagem corporal que aliada à voz revela as intenções do emissor. A voz pode ser avaliada por meio de métodos científicos como: LAVER; CAPE-V; VHI; VRQOL; VAPP, entre outros, o que permite um trabalho de melhoria na performance vocal de modo seguro, eficaz e credível.
Se o indivíduo não estiver saudável, inevitavelmente reflete-se na sua voz, na forma de uma disfonia. Essa dificuldade na emissão vocal impede a produção natural da voz, podendo manifestar-se por meio de uma série ilimitada de alterações, como: esforço na emissão, dificuldade em manter a voz, cansaço ao falar, rouquidão, falta de volume e projeção, perda de eficiência vocal, entre outras.
Isso pode causar ruído na comunicação, mal-estar no ouvinte, danos psicológicos e físicos para o falante, além de limitação na sua atuação profissional e nas suas relações pessoais.
Neste caso, deverá procurar a ajuda de um profissional especializado como um fonoaudiólogo ou terapeuta da fala que irá auxiliá-lo a ultrapassar essa dificuldade.
Preste atenção às vozes que ouve e perceberá o que elas dizem.
Alguns cuidados são fundamentais para promover uma voz saudável e prevenir futuros distúrbios ou alterações:
Uma forma divertida de aprimorar a sua fala é o trava-língua. O trava-língua compreende um conjunto de palavras com sons semelhantes, dispostos numa frase e que exigem movimentos repetidos da língua. Fale com diferentes velocidades, articulando bem e promova uma engraçada disputa entre amigos.
O corpo diz muito mais do que imaginamos, seja pela face, pelos gestos, pela nossa postura da cabeça, tronco, braços, pernas e pés. Muitas vezes é preciso ouvir e ver o que não é dito. Mas podemos claramente inferir o que uma pessoa pensa ou sente pela forma como o seu corpo se comporta?
Pesquisas apontam que as emoções são expressas de forma quase que inconsciente pelo corpo, isto é, o cérebro pensa e o corpo automaticamente reage. Por isso as incongruências entre o que é dito e mostrado são evidentes e reveladoras de comportamentos, intenções e emoções. Instigante, não?
Considerando que a comunicação é composta primordialmente pelo corpo e pela voz e, expressam pensamentos e sentimentos, faz todo o sentido que ambos sejam trabalhados de forma que sejamos melhor compreendidos. Existem métodos científicos para a análise da expressão facial (FACS) e corporal (BACS I e II, BEAST) e, com base neles, todo o trabalho de melhoria a esse nível pode ser desenvolvido de forma segura, eficiente e credível.
É um mundo fascinante. E se as pessoas pudessem perceber os seus corpos e decifrar o que os dos outros dizem? Já pensou nisso?
Experimente observar ao seu redor, veja a face do seu interlocutor: testa, sobrancelhas, olhos, nariz, boca, orelhas e queixo. Veja também o pescoço, o tronco, o abdómen, a pelve, os braços, mãos, pernas e pés. Os sinais estão todos lá e… dizem tudo!
Academia Brasileira de Laringologia e Voz (SBLV)
http://www.ablv.com.br/
American Speech-Language-Hearing Association (ASHA)
http://www.asha.org/default.htm
Associação dos Terapeutas da fala (APTF)
http://www.aptf.org/pagina.php
Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa)
www.fonoaudiologia.org.br
Conselho Regional de Fonoaudiologia de São Paulo (CRFa)
http://www.fonosp.org.br
Laboratório de Expressões Faciais das Emoções-Porto
http://feelab.ufp.pt/
Paul Ekman Group
http://www.paulekman.com/
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa)
www.sbfa.org.br
The Voice Foundation
www.voicefoundation.org